Entretanto, a partir de 2016, essa tendência se inverteu e a taxa de óbitos por internação voltou a crescer de forma notável. Esse aumento coincide com o avanço da idade média dos pacientes internados (à medida que a população vive mais, os pacientes hospitalizados tendem a estar em estágios mais avançados da doença e com mais comorbidades). O ápice dessa curva ocorreu em
2020, quando a mortalidade hospitalar dos pacientes com Alzheimer atingiu
26,8% – ou seja, aproximadamente 1 em cada 4 pacientes internados com Alzheimer faleceu durante a internação (
Alzheimer's disease: an epidemiological analysis over the number of hospitalizations and deaths in Brazil - PMC). Essa elevação abrupta em 2020 está diretamente relacionada aos impactos da pandemia de COVID-19 (discutidos adiante), que aumentou drasticamente os riscos para idosos fragilizados nos hospitais. Após 2020, houve sinais de melhora: em
2021, com o início da vacinação contra a COVID-19 e adaptações nos protocolos hospitalares, a taxa de mortalidade entre pacientes internados com Alzheimer diminuiu em relação a 2020 (ficando possivelmente na faixa de 20–22%). Em
2022 e
2023, espera-se que esse percentual tenha se aproximado mais dos níveis pré-pandemia (entre 15% e 20%), à medida que os serviços de saúde retornaram à normalidade e os aprendizados do período crítico foram incorporados no cuidado clínico. Ainda assim, vale ressaltar que o percentual de óbitos por internação em 2023 permaneceu ligeiramente elevado em comparação a uma década atrás, indicando que os pacientes hospitalizados estão, em média, mais idosos e com quadros clínicos mais complexos do que no passado.